Nossas Histórias

O projeto ‘Nossas Histórias’ idealizado pela ex presidente Katiane Boschetti da Silveira  foi inspirado no livro ‘Minha História’ da Michelle Obama, e tem com objetivo honrar a história pessoal e profissional dos trabalhadores que escolhem diariamente fazer parte da Fundação. Servidores que cuidam e fazem parte da história dos usuários da assistência social de Caxias do Sul. O projeto oportuniza os servidores à se conhecerem melhor, percebendo semelhanças e respeitando os processos individuais dentro do coletivo.

“Prazer, eu sou a Inês Erlo Ribeiro. Tenho 62 anos, sou casada, tenho 2 filhas e uma netinha linda de 1 ano e 5 meses.

Aos 39 anos de idade, quando minhas filhas já estavam na adolescência, optei por buscar uma formação acadêmica, entrei para o curso de Serviço Social, e acabei me identificando com a área social. Em janeiro de 2004, me formei e, pensando em obter experiência na minha de área de formação, prestei concurso para o cargo de Educador Social da FAS, pois não havia concurso aberto para Assistente Social na ocasião. Para minha surpresa, fui aprovada em 1° lugar! Fui nomeada e quando assumi, iniciei minha jornada como Educadora Social substituindo uma colega em licença prêmio, pelo período de 30 dias, no antigo Centro Educativo São Vicente. Quando a colega retornou de licença, fui removida para o Centro Educativo Flor de Ipê, onde permaneci por 5 meses, quando fui convidada a trabalhar na Sede da FAS, no já extinto Atendimento Comunitário, trabalho hoje realizado pelos CRAS. Neste setor, permaneci por 3 anos e meio, onde também atuei como Coordenadora. Em 2008, assumi a Coordenação dos Centros Educativos da FAS, que na época contava com 6 serviços próprios. Permaneci neste cargo até 2014, quando prestei novo concurso para Assistente Social, fui nomeada e permaneci na FAS. Neste novo cargo, minha lotação foi para o CRAS Leste, onde permaneço até o presente momento.

Durante o período em que atuei como Educadora Social, obtive muitas experiências, as quais me identifiquei com a área da Assistência Social, e isto contribuiu para que com o novo cargo, eu permanecesse na área. Apesar das experiências nem sempre serem as almejadas, pois os desafios são grandes e devido as complexidades do trabalho, por trabalharmos com pessoas nas mais diversas vulnerabilidades e riscos sociais, as vezes nos parece que o resultado do nosso trabalho é pequeno, porém gera um impacto na vida dos usuários e das famílias que atendemos, contribuindo para uma mudança positiva, causando uma conscientização para o enfrentamento das dificuldades vivenciadas por elas. Um dos fatos que marcou a minha trajetória profissional na FAS, enquanto Assistente Social, foi a situação de uma Idosa que residia sozinha no interior do Município, que deveria estar sob cuidados de um familiar que tinha interesses financeiros sob a Idosa, porém estava em situação de abandono em um ambiente insalubre, e não tinha condições de cuidar de si mesma, dependendo de cuidados de terceiros. A UBS procurou o CRAS para auxiliarmos neste caso e promovemos o reencontro da Idosa com os familiares com quem já havia residido anteriormente, e que tinham cuidado e carinho com ela, onde viveu dignamente até vir a falecer, com mais de 90 anos de idade. Já como Educadora Social, vivemos inúmeras situações de violência e negligência familiar com as crianças e adolescentes que frequentavam os Centro Educativos da FAS, onde foi necessária a intervenção da equipe para promover a proteção das crianças e adolescentes, em alguns casos, sendo necessário o acolhimento institucional. Em contrapartida, o nosso trabalho proporcionava muitas alegrias, tanto para os profissionais quanto para as crianças, nas atividades educativas, recreativas e de lazer que eram realizadas nos Centro Educativos da FAS.

Durante estes quase 18 anos de atuação na FAS, ocorreram constantes mudanças na legislação, nos serviços e na forma de atuação dos profissionais, que exigiram estudos e capacitações permanentes para qualificar os atendimentos aos usuários e famílias que buscam os nossos serviços. Minha satisfação e alegria em estar atuando profissionalmente faz com que eu deseje permanecer atuando por mais alguns anos, apesar de já ter idade suficiente pra me aposentar, embora ainda faltem alguns anos de contribuição previdenciária. Mas o que me faz permanecer atuando é o amor e o carinho que eu tenho pelo meu trabalho e pela minha profissão. Durante a minha trajetória profissional na FAS, convivi com Colegas maravilhosos, em que alguns tornaram-se amigos, que contribuíram e contribuem para que eu me sinta segura e com disposição para enfrentar os desafios diários do trabalho. Agradeço a cada Colega que tive e tenho o prazer de compartilhar momentos de trabalho e crescimento pessoal e profissional.”

“Prazer eu sou a Franciele Fernandes da Rosa, uma mulher de 31 anos, assistente social…

Sou fruto de uma família de migrantes, de trabalhadores rurais da fronteira do estado que deixaram a sua terra em busca de uma vida melhor. Sou filha daqueles que buscaram alcançar sonhos através do trabalho, vendo a possibilidade de alcançá-los na desconhecida, promissora e “fria” Caxias do Sul. Sou o resultado de sonhos; daqueles que com pouco estudo ousaram sonhar com uma formação acadêmica para sua filha.

Sou o resultado da criação que valoriza em primeiro lugar o trabalho. E o trabalho árduo como principal fator de formação de um “bom caráter” …. Mas graças aos sonhos sonhados com tanto suor, pude vislumbrar que viver não é apenas trabalhar por trabalhar. Hoje me reconheço como classe trabalhadora mas, entendo que a vida é mais… A vida é arte, é luta, é convivência, é acesso ao conhecimento, a vida é plena… E por me reconhecer dessa forma me reconheci como Assistente Social, como aquela que atua na defesa intransigente dos direitos, aquela que respeitando sua própria história, novamente ousa sonhar.

E sendo uma Assistente Social de profissão e otimista por opção, escolhi ser servidora pública de Caxias do Sul, pois entendo que é no serviço público que o Estado faz a diferença na vida dos cidadãos. Não escolhi ser servidora desta Fundação, não escolhi ser uma trabalhadora da Assistência Social, mas ousei seguir…Seguir sonhando, seguir trabalhando e defendendo direitos…E sim; hoje posso dizer eu escolho estar nesse lugar, que escolho permanecer e percorrer os caminhos complexos da política de Assistência Social.

Assim me descrevo Assistente Social de formação e sonhadora por opção! Aquela que encontrou na arte da dança Flamenca a energia que emana força e criatividade… ‘El Flamenco grita que mi alma calla!'”

“Prazer, eu sou a Meri!

Meu maior desafio, sem dúvidas, foi mudar para Caxias do Sul, pois diante da minha nomeação não foi possível nenhum familiar me acompanhar, ou seja, deixei em Porto Alegre marido, filhos, irmãos e amigos.

No início foi extremamente difícil, pois sequer sabia me locomover direito na cidade muitas vezes vindo a parar em locais perigosos, mas com o tempo formei um círculo de amigos que me ajudaram muito nesse processo.

Já conhecia a FASC, que é o órgão gestor da assistência social em Porto Alegre, por isso me chamou atenção o concurso e o fato da formação acadêmica ser na área contribuíram para minha decisão de trabalhar na FAS.

A busca pela tranquilidade aliada a qualidade de vida me levaram a estabelecer residência em Flores da Cunha, Capital Nacional do Vinho. A proximidade da natureza contribuiu para amenizar o estresse do cotidiano, sendo que essa necessidade se tornou mais intensa com a chegada da pandemia.

No auge da pandemia estava lotada no Conselho Municipal do Idoso (CMI), com o isolamento social os idosos necessitaram muito de acolhimento e orientação, de modo que minha passagem por esse espaço foi bastante significativa, pois permitiu me aproximar da realidade de um público até que até então era distante para mim. O aspecto positivo da pandemia foi a possibilidade de meu esposo e o filho, virem para mais perto de mim. Concluo que não poderia trabalhar com outro público senão o da assistência social, pois minhas vivências profissionais impactam diretamente no meu aprimoramento humano.”

“Prazer, sou a Rosângela, agente administrativo do CRAS Norte. Penso que meu maior desafio é ser mulher. Desde pequena fui ensinada a fazer as tarefas domésticas, menina brinca de boneca e se veste de cor-de-rosa, a ser delicada, mas, acreditava que isto não era para mim, fugia de lavar louça, brincava com os meninos e para brigar podiam contar comigo, cor-de-rosa sempre gostei. Concluí o ensino médio e não consegui pagar um curso superior. Namorei, casei, tenho duas filhas. O meu melhor, o meu tudo são as filhas Camila e Sabrina e a neta Roberta. Estou reinventando minha vida, acadêmica num curso de tecnólogo, porque precisamos interagir com outras pessoas, adquirir conhecimentos, elevar a autoestima e prevenir o envelhecimento cerebral, pois estou completando 60 anos em abril.

Eu estava trabalhando no SENAI, quando resolvi fazer o concurso da FAS para agente administrativo, passei no concurso e assumi em 06/02/2001. Eu não tinha ideia das atividades na Política Pública de Assistência Social. Meu estágio probatório foi no setor de compras, na sede da FAS, um aprendizado importante para minha vida funcional, conheci muitos colegas, que se tornaram amigo – não citarei nomes pra não esquecer de ninguém.

Em 2004 fui relotada para o Núcleo que atendia famílias apoio sociofamiliar e medidas socioeducativas. Em 2006, quando o município aderiu ao SUAS, vim para o CRAS Norte onde estou até hoje. Aprendi que nossas atribuições do cargo não tem rotina e sempre ocorrerão mudanças nas trocas de governo. Amadureci muito nestes anos de serviço público na FAS. Eu fortaleci meu caráter e mudei muitos conceitos em minha vida, hoje sou uma pessoa mais flexível, com empatia, tolerante, respeitosa, Agradeço cada pessoa, que fez e faz parte do meu crescimento individual e como servidora da FAS.”

É difícil falar sobre nós mesmos, mas como a missão é essa, vamos tentar…

Meu nome é Felomena da Silva Santos, nasci no dia 15/05/71 na cidade de Bento Gonçalves, filha caçula de um militar e uma dona de casa. Nos mudamos para Caxias do Sul em 1984, onde concluí o ensino fundamental na Escola Estadual Abramo Pezzi.

Anos após, fiz o supletivo para concluir o ensino médio, e uma professora me olhou e disse que eu não deveria parar de estudar, pois eu era muito inteligente! Resolvi acreditar nela e fui atrás do diploma do curso normal no Colégio São Carlos. No segundo semestre do magistério, nas didáticas do Ensino Religioso, encontrei com a Irmã Celina que me convenceu que eu tinha jeito para educadora social e me levou para estagiar no Centro de Cuidados Nossa Senhora Da Paz, vinte e dois anos atrás.

Pois não era que ela tinha razão? Foi ali que descobri o meu amor pela educação social e mesmo tendo concluído a faculdade de Pedagogia e feito especialização em Pedagogia Empresarial, a Educação Social roubou meu coração e trabalhar na Fundação de Assistência Social passou a ser um objetivo.

Antes de entrar para a FAS, na área social, cheguei a trabalhar no Centro Cultural Espírita Jardelino Ramos, na Associação Criança Feliz e na Casa de Acolhimento Recanto Amigo, além de professora de escola infantil e escola regular.

Entrei para a FAS no ano de 2014, lotada na Casa de Acolhimento Estrela Guia, um lugar que eu considero de puro amor, apesar dos desafios inerentes ao serviço da alta complexidade que me motivam a sair de casa todos os dias.

Porém mais que me desafiar, esse trabalho me motiva a aprender a me tornar um ser cada dia mais humano! Trabalhar na Alta Complexidade é um trabalho de entrega, e recebemos na mesma medida que nos doamos! É com esses olhos que enxergo o trabalho desenvolvido. É um trabalho que, apesar de desafiador, encanta, estimula e inquieta. Por isso, é tão especial!

Muito prazer, eu sou Eleni Raquel da Silva Tsuruzono, mais conhecida como Raquel, ou “raquelzinha”, a “pequena notável”, apelido carinhoso recebido logo que cheguei em Caxias do Sul (RS). Tenho 51 anos, vivi intensamente cada fase de minha vida e creio, se tive uma segunda chance, é para construir um legado: fazer a diferença na vida das pessoas.

Mãe de dois filhos, Vitor e Kaori, sou grata a Deus pela oportunidade de gerar, cuidar e educar estes dos seres que vieram para o mundo trazer muita luz em nossa família, também agradeço intensamente pelo marido, companheiro que Ele me direcionou, presente em momentos bons e ruins.

Filha de comerciante e neta de agricultor, meus ancestrais me ensinaram os valores que dão base a minha vida. Integridade, honestidade, amor o próximo, generosidade são princípios que tenho, e, através de atitudes, busco passar aos meus filhos.

Paixão em servir, desde criança já participava de lutas comunitárias, levei a carta dos estudantes, para compor texto da carta magna no processo constituinte de 1987/88. Após fui para a Universidade – UNISINOS, estudar Serviço Social, e continuar na luta por direitos sociais. Na busca incessante pelo conhecimento fiz Pós-Graduação em Saúde Pública (UFRGS) e Gestão do Terceiro Setor e Responsabilidade Social. Anos depois, fiz mestrado na PUCRS.

Assistente social há 27 anos, mestre em Demandas de Políticas Públicas, estudiosa da área do envelhecimento humano e da família, palestrante e mentora de diversos projetos na área do Idoso em três cidades do Rio Grande do Sul: Cachoeirinha, Sertão Santana e Caxias do Sul.

Apaixonada pela profissão, vim para Caxias do Sul, com um filho de dois anos. Marido no Japão, irmãos morando na Europa e meus pais na cidade de Gravataí (RS). Muitos desafios, cidade nova, pessoas mais fechadas, comparando aos gaúchos que moram na capital. Mas, como se diz, você colhe o que planta, fui plantando amor por onde passava, constituindo amizades, parcerias, fortalecendo vínculos, fui adotada pelos caxienses. Ingressei na FAS dia 29/04/2002 – exatamente no dia do aniversário de 2 anos do meu filho. Perdi a festa dele, na escolinha infantil, mas meus pais, compraram um bolinho e enchemos muitos balões e festejamos juntos as nossas vitórias. Henriete deve lembrar deste dia, por que foi ela que me acolheu com muito amor, uma colega que se tornou amiga, muitos colegas/amigo(as) marcaram minha vida e transformaram-a mais leve e feliz. Gratidão a todos os colegas da FAS, Prefeitura e OSC que contribuíram com minha peruca, com palavras de estímulo, com amor e compaixão. Vocês contribuíram, significativamente a vencer o Câncer.

Já trabalhava há 11 anos em órgão público, mas a Fundação de Assistência Social de Caxias do Sul, tem sua particularidade. Inicialmente fui estudar sobre medidas socioeducativas, uma área nova na minha trajetória profissional, na época iniciava as discussões sobre o SINASE. Concomitante, trabalhei com mulheres em situação de violência na Casa de Apoio Viva Rachel, um aprendizado incrível, no qual, até hoje, no trabalho social com família, aproveito o conteúdo para validar e refutar práticas. Em um período bem breve tive a honra de trabalhar com Homero, educador social que respeitava muito, na Abordagem de Rua.

Meses depois fui convidada a trabalhar na equipe de “Apoio a Gestão”, muitas inquietudes no que se refere ao trabalho com famílias, com idosos e os desafios de trabalhar com o terceiro setor. Tal situação, me levou a provocar o diretor da Faculdade Fátima a realizar um pós-graduação em Gestão do Terceiro Setor e Responsabilidade Social, anos depois um curso de extensão em gerontologia social. Almejávamos a qualificação da Política de Assistência Social, melhoria no trabalho de gestão das ONG, como também no atendimento direito às famílias. Duas entidades formadoras com o mesmo propósito, uma vez que a UCS promoveu o Curso Trabalho Social com Famílias para a rede, culminando em publicações e qualificação do atendimento.

Preocupada com processo acelerado do envelhecimento humano, as formas de proteção e inserção social do idoso, nestes 27 anos como assistente social, me envolvi ativamente no processo de constituição de Grupos de Convivências para Idosos, Centro Dia para Idosos e Programa de Apoio Sócio Familiar ao Idoso – OASF IDOSO. Participei junto com Ministério Público Estadual do processo de regularização de Instituições de Longa Permanência para Idosos de Caxias do Sul, entre outros projetos e ações, que possibilitaram a inclusão social do idoso em três cidades gaúchas. Nestas cidades, prestei assessoria para a criação do Conselho Municipal do Idoso e, também, me envolvi na organização das conferências municipais, além de ser escolhida delegada às conferências Estadual e Nacional. Em Caxias, fiz parte do Grupo de Trabalho (GT) que reorganizou o Conselho, organizou a Política Municipal do Idoso de Caxias do Sul e criou o Fundo do Idoso. Fui a titular da Coordenadoria do Idoso de 2013 à 2017, espaço de grande aprendizado e muita dor, fiquei um ano, afastada em tratamento.

Lembro que também tive oportunidade de ser cedida para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, a qual fez parte da equipe de projetos e captação de recursos para o terceiro setor. Trabalho muito gratificante, ele vai além do assistir, proteger, está na promoção do ser humano a crescer com seu próprio esforço, isto no remete à dignidade. Nesta época coordenei o Programa PRONATEC e Acessuas.

Atualmente estou lotada CREAS Sul, no atendimento social com famílias, famílias machucadas, crianças negligenciadas. Adoro o que faço. Aprendo com cada núcleo familiar. São muitos desafios, mas o maior é de compreendê-los, traçar um plano de ação e colher os frutos. Neste espaço socio-ocupacional é preciso aflorar constantemente o senso investigativo, porque, por mais que tenhamos uma base com teorias que embasam, o SUAS, com protocolos, resoluções, normativas, as expressões da questão social contemporânea se transformam ou emergem novas expressões. Sendo assim, é necessário buscar novas ferramentas, novas metodologias que possibilitem a intervir de forma mais resolutiva a realidade que ora se apresenta.

Por fim, ou, um novo recomeço, em que o meu perfil comportamental, justifica o meu jeito de ser e está tudo certo. Eu não preciso mais me preocupar com o que outro pensa sobre mim, porque eu sei exatamente quem sou e do meu propósito aqui na terra. Próximo da aposentadoria, de uma fase incrível que estou desenhando para minha vida, uma vez que o meu desejo de transformar vidas permanece e, certificada como Coach Integral Sistêmica, minha missão continua…

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E aí? Prazer, eu sou o Dangelo.

Nasci em 1980, aqui mesmo em Caxias, em uma família de alemães e italianos. Minha mãe é uma simpática dona de casa e meu pai um nada pacato senhor aposentado, cuja alegria familiar é “fazer festa” para minhas sobrinhas (filhas de minha irmã mais nova). Aprendi a ler “desenhando as letras” nos gibis do Demolidor e do Homem-Aranha que eu ganhava de minha mãe. Eu era uma criança introspectiva, o que levou minha professora da 1ª série a acreditar que eu era um sujeitinho esquisito e tinha algum tipo de “obscura moléstia mental”, sendo melhor atendido na classe especial da escola… Minha mãe não gostou muito da ideia, que acabou nem vingando. Fiquei chateadinho e, de birra, resolvi ler todos os livros da biblioteca. Isso rendeu novo convite à classe especial…

Com o fim da escola, eu estava na dúvida: meus testes vocacionais foram inconclusivos. Segundo eles, eu poderia ser um psicólogo sofrível, um advogado mais ou menos ou um bom professor. Os argumentos familiares quanto a falência alimentar da classe educacional me direcionaram ao mundo do Direito. Assim, me (de)formei em ciências sociais e jurídicas. Uau. Mas não gostei. “Teria sido melhor assistir ao filme do Pelé”, resumiria Chaves.

Alérgico ao mundo jurídico, fui trabalhar na biblioteca de uma universidade. Acabei contemplado para uma bolsa no programa de mestrado e fiz uma dissertação questionável sobre um tema esdrúxulo qualquer. Até ganhei convite para um doutorado. Nossa, que sabidão, este rapaz.

Após o mestrado, deixei a biblioteca e fui trabalhar em uma livraria, fazendo renda extra na correção de monografias e aulas particulares de produção textual. E, despretensiosamente, fiz o concurso da prefeitura. Para minha surpresa, fui aprovado e chamado para a gloriosa Fundação de Assistência Social.

Comecei na FAS em 2011, aprendendo as manhas e artimanhas administrativas desta Fundação e, durante uns meses, trabalhei como agente administrativo no CRAS Leste. Porém, descobriram minha vida pregressa: era formado em direito, pós-graduado em literatura, mestre nos saberes profanos da cultura e regionalidade. Até um curso de teologia, tinha… Não deu outra: a presidente da época bateu seu martelo de Thor, com raios, trovões e tudo mais: “Dangelo, amadinho, você vai trabalhar com a Aninha, nos convênios da FAS”. E eu, mero mortal, que achava que os convênios eram coisas com farmácia e estacionamento…

Os anos com os tais convênios, e depois com os famigerados termos de fomento e colaboração, até que não foram tão terríveis. Tive uma excelente mestra e colegas muito dedicados. A gente percebe que a Assistência Social é um universo. Ou multiverso. Bom, “inusitado” com certeza, mas só se houver dotação orçamentária para tanto, se não, é só complicado, mesmo.

Naquela época, após longa argumentação, juntada de petições e inquirição de testemunhas, convenci moça de fino trato e ilibada reputação a firmar contrato matrimonial comigo. Casei-me, tornando a mim mesmo homem de boa índole e de família: Servidor público, agora provido de ralas barbas, me vi senhor do destino de dois gatos e três plantas ornamentais. Estava no ápice da cultura ocidental.

Há alguns anos, deixei o setor de parcerias e, atualmente, estou na corregedoria da FAS. Foi uma mudança e tanto. Processos de sindicância, investigativos, apuratórios, de responsabilização, ou ainda os tais PADs… Não é fácil, mas convenhamos, senhores leitores: o que na FAS é fácil, não é?

Bom, acho que é isso. Ah, também fui voluntário nos projetos SOS Mata Atlântica e TAMAR (tartaruguinha, não desista…!), fiz estágio no IBAMA, tive uma Confraria de Literatura e escrevia artigos para uma revista digital sobre quadrinhos, literatura e Rock’n Roll. Gosto de ler, participo de trilhas e tento pintar miniaturas. Higiene mental, tá ligado? Diz que faz bem. Todos deveríamos ler, pintar miniaturas, ou fazer trilhas, mas nunca pintar miniaturas lendo em uma trilha. Aí, não.

Dica de livros para aquecer o coraçãozinho dos trabalhadores do SUAS: “A história sem fim” de Michel Ende, “Grandes esperanças” de Charles Dickens e “Corpo de Baile” de João Guimarães Rosa.

Dica de livros para causar sono aos trabalhadores do SUAS (e ao resto da humanidade): “A ética demonstrada à maneira do geômetras” de Baruch de Spinoza, “Eles, os juízes, vistos por um advogado” de Piero Calamandrei e o eterno “Normas Nacionais e Internacionais de Contabilidade – NBC’s” de Carlin e Hoog. Sério, duas páginas após as refeições noturnas e terás uma noite de sono profundo, quase um estado comatoso.

Valeu.

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Olá Colegas, muito prazer sou Marta Carrer Herpich, sou neta de uma grande família, filha de uma família grande, irmã de cinco mulheres e dois homens, dinda, tia de alguns sobrinhos biológicos e outros que o exercício da profissão me deu e, acreditem, todos moram em meu coração, também sou esposa do meu companheiro Edson e mãe do Augusto (19a) e da Sofia (15a), esta última… uma das minhas melhores versões eu diria…

Sou filha de trabalhadores, os quais inicialmente tiravam seu sustento da agricultura familiar com muita dificuldade e depois, da mão de obra explorada de empresas. Fui educada com inúmeros valores, sendo que a responsabilidade e a dedicação ao trabalho possuíram destaque significativo, os quais me renderam um bom investimento em terapia… Comecei a trabalhar muito cedo, me responsabilizando por minhas duas irmãs mais novas, no turno inverso ao da escola, aos 13 anos de idade, assinei minha carteira profissional pela primeira vez e, desde sempre, me reconheço como classe trabalhadora…

Em minha família de origem, sou a sexta filha e a primeira a conseguir cursar faculdade. Sempre fui observadora e tive minha mãe como exemplo de coragem, força, empatia, honestidade, dedicação, humildade e senso crítico. Ela foi minha inspiração para conseguir conciliar estudo e trabalho e, para escolher uma profissão onde eu pudesse contribuir para ter uma sociedade mais justa, na defesa intransigente dos direitos. Formei-me em Serviço Social em 1996, pela UCS, período em que apresentei projeto na PUC/RS para cursar Mestrado em Serviço Social e fui aprovada.

No inicio de 1997, fiz o concurso da Fundação de Assistência Social e fui classificada, senti uma felicidade que não cabia no peito, porém fui nomeada apenas em dezembro de 1998, o que foi perfeito, pois estava quase concluindo o Mestrado em Serviço Social, faltando apenas a dissertação. Quando conclui o mestrado, meu professor/orientador, me ofertou a garantia de bolsa de estudos para cursar o Doutorado em Serviço Social, mas meu projeto de vida era ser servidora pública, mãe e manter minha saúde mental… Assim declinei da possibilidade de ser doutora…

Depois de quase 14 anos de aprendizado e trabalho na iniciativa privada, dois anos na pesquisa, passei a exercer minhas atividades no serviço público na Fundação de Assistência Social… desde então, se passaram 23 anos e o aprendizado, encantamento e/ou desencantamento são contínuos. Tive o privilégio de trabalhar em diferentes serviços da FAS, assessorar o CMAS, participar e ajudar a organizar inúmeras Conferências de Assistência Social, dos Direitos da Criança e do Adolescente, do Idoso… também participei da gestão da Delegacia Seccional de Serviço Social, participei de inúmeras capacitações muitas como alunas e algumas como facilitadora, também tive o prazer de participar da primeira turma formada em Caxias do Sul, em Processos Circulares e/ou Círculos de Paz, ministrado pela Mestre Kay Pranis. Posso afirmar que tenho muitos motivos para ser grata e feliz! Orgulho-me das escolhas que fiz, das sementes que plantei e dos amigos que conquistei até aqui…

Para finalizar, deixo aqui meu protesto, pois escrever após a brilhante apresentação do nosso colega Dangelo é um mega desafio…

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Olá colegas, sou Juliana Renata da Silva, filha mais velha de Luis Valdo e Neusa. Meus pais sempre trabalharam muito, renunciaram sonhos e se preocuparam com a educação dos filhos. Foram grandes incentivadores, para que houvesse a mudança de paradigma. Tenho dois irmãos Lucimara e Luis Eduardo.

Nasci em Caxias do Sul, fui criada no bairro São Vicente e quando adolescente participei das atividades do contra-turno no Cantinho da Amizade que pertencia a COMAI. Nas férias de verão ficava ansiosa, para viajar para casa em Lageado Grande. Nesse período conheci alguns trabalhadores da assistência social, no qual me inspirei para escolha da minha profissão, como as assistentes sociais Meri e a Tere Salles.

No ano de 2000, iniciei o curso de Serviço Social pela UCS, agreguei muitas experiências e convivi com pessoas especiais que levei para vida. E em 2005, ocorreu a conclusão do curso e formatura sendo uma das maiores realizações.

Além disso, tenho outras duas conquistas que são os meus filhos Letícia e João Gabriel, que amo incondicionalmente e tento transmitir valores importantes como respeito, honestidade e empatia, assim como recebi dos meus pais.

Atualmente trabalho no CRAS Norte, tenho grande apreço pela comunidade e equipe. Acredito no trabalho que é realizado na ponta, as possibilidades e as transformações na vida do usuário.

Olá, sou Paolla Stefenon, sou assistente social, canoense, filha de metalúrgico e neta de caminhoneiro que teve o privilégio de se formar em uma universidade pública. Antes de cursar Serviço Social estava um pouco perdida sobre qual profissão seguir. Primeiro cursei Relações Públicas e depois História, nenhuma das duas graduações completei. Embora viesse de uma família com pensamentos tradicionais e conservadores, sempre me questionava o porquê haviam pessoas em situação de rua. Assistindo a filmes que eram baseados em fatos me questionava o porquê algumas pessoas tinham que se esforçar tanto para conseguir uma vida digna. A partir dessa inquietação, após acompanhamento vocacional ofertada pela própria universidade, decidi visitar a Semana Acadêmica de Serviço Social e me apaixonei: soube que ali era o meu lugar. Passei no vestibular e iniciei o curso no semestre seguinte. Nunca me questionei novamente se estaria no curso certo ou não, sabia que ali era o meu lugar.

Durante a formação meu pensamento crítico aflorou e me dei conta que não estava naquele curso por acaso: também vinha de um contexto histórico e familiar permeado por ciclos de violações de direito. Refletindo o porquê, embora ainda com inúmeros preconceitos, pensava diferente da minha família. Até que me dei conta que fui cuidada pela primeira pessoa que acessou o ensino superior de toda a minha família: meu irmão mais velho. Como tínhamos 15 anos de diferença, ele me criou já com um pensamento totalmente diferente daquele que ele foi criado, ele rompera com a violência transgeracional comigo.

Minha formação na graduação foi intensa, fazia marabalismo com estágio e bolsas de graduação, aulas de segunda a sábado. Sem o apoio da minha família não conseguiria ter entrado, permanecido e me formado. Embora não conseguissem contribuir com renda, o apoio afetivo foi sempre imensurável.

No final do penúltimo ano de graduação iniciei com os concursos públicos. Em Maio/2018 fiz a prova para a Prefeitura de Caxias do Sul e, no fim, passei. Vi que teria que adiantar a minha formatura, prevista para Janeiro/2019. Muita correria e prazos curtos, porém no final de Agosto/2018 estava formada. Na primeira semana de Setembro já estava com o registro no CRESS e com o diploma em mãos, a nomeação na Fundação de Assistência Social (FAS) veio na semana seguinte, junto com o desafio da mudança para uma cidade, para mim, ainda desconhecida, distante da família e pela primeira vez estava morando sozinha. No fim, deu tudo certo.

Hoje sou uma profissional realizada, às vezes um pouco estabanada, mas sempre fui assim na vida. Moro com a Mel, a minha cachorrinha, e sempre que posso estou com os meus amigos, degustando cervejas e na praia com a minha família.

Foi a FAS quem me escolheu, vi como um privilégio ter meu primeiro emprego na assistência social, com pessoas que compartilham a mesma luta e a importância de ter o melhor atendimento para as famílias que atendemos. Nunca havia estagiado na política de assistência, então foi tudo novo para mim. Como primeiro emprego trabalhei no CRAS Sul, fiquei em choque quando me dei conta que eu era uma assistente social e tinha inúmeras responsabilidades. Foi muito importante iniciar pela Proteção Social Básica, pude ver a realidade no território e vivenciar diretamente as diversas formas das expressões da questão social. 

A cada dia de trabalho fui aprendendo a como exercer minha profissão, no início tinha muita dificuldade nos atendimentos porque não dominava a política de assistência social na cidade, ainda não sabia os serviços da rede e nem a dinâmica da sociedade. Fui aprendendo aos poucos, sempre auxiliada pelos colegas de trabalho. Permaneci mais de três anos no CRAS Sul.

Atualmente estou no CREAS Norte, o que mais gosto no serviço é poder realizar visita domiciliar nos diversos territórios de Caxias do Sul. A cidade tem muita diversidade e desigualdades entre seus territórios, desde centros urbanos até distantes e extensas áreas rurais. Atendo desde famílias em áreas urbanas centrais até áreas onde não há sinal e nem internet de celular, com ruas de barro vermelho, grandes chácaras e com quase inexistentes pessoas passando na rua. É enriquecedor conhecer lugares tão diferentes da nossa realidade e perceber no concreto as dificuldades de cada território.

“É desafiador o acompanhamento de famílias, da articulação constante em rede e de traçar todas as estratégias possíveis para buscar novamente a união dos vínculos já rompidos. Sempre com a plena consciência da responsabilidade em esgotar todas as possibilidades para evitar possíveis acolhimentos. Infelizmente, a dificuldade que encontro é na extrema gravidade das situações, seriamente agravadas pela pandemia, e o rápido esgotamento de estratégias para evitar acolhimentos. Porém, entendo com um retrato social brasileiro, expresso em todos os serviços, tendo como cenário um desmonte de políticas públicas e na volta do Brasil ao mapa da fome.”

Sigo lutando, dentro das minhas possibilidades, no sindicato, nos fóruns de trabalhadores, no conselho profissional, na participação em conferências, porque apenas no coletivo podemos lutar pela mudança. Posso até ser uma gota d’água no oceano, mas o que é o oceano se não incontáveis gotas d’água?

Caros colegas, sou a Morgana Navarini, assistente social, a segunda filha do Miguel e da Marilês, e mais, tenho três irmãos, Moisés, Mariane e Milena. Nasci e cresci na conhecida “Terra da Longevidade”, cidade pacata de Veranópolis, onde meus pais e dois de meus irmãos ainda residem. Moro com meu companheiro, Bruce, há quatro anos, ele é professor de história do nosso município e quem me auxilia a ver o mundo com outros olhos, pois sempre refletimos sobre as expressões da questão social.

Como eu queria de alguma forma ajudar as pessoas e combater as injustiças sociais, em 2008 me aventurei a vir para Caxias do Sul com o objetivo de cursar Serviço Social na Universidade de Caxias do Sul. O curso despertou meu senso crítico, o que eu imaginava que era uma ajuda, na realidade era a garantia de direitos.

Nesse viés, minha família sempre incentivou os estudos, a título de exemplo, meu pai é graduado em Ciências Econômicas, entretanto, minha mãe não chegou a concluir o ensino fundamental, mas mesmo com baixa escolaridade sempre prezou pela nossa educação e nos deu exemplo. Ela cuidava da casa, trabalhava e cursava supletivo a noite e perdi a conta das vezes que a encontrava exausta dormindo com a cabeça apoiada em seu caderno. Meus pais abriram mãos de bens materiais para para garantir a formação acadêmica de seus quatro filhos, eu os admiro por isso.

Quando cheguei em Caxias, para auxiliar com as despesas familiares, consegui emprego como secretária em uma fábrica de joias, logo, a disparidade social entre o meu trabalho e minha área de formação se acentuaram, mas isso me estimulou mais a lutar por justiça social e me deu certeza que escolhi a profissão certa. Então, saí da Joalheria, afinal de contas, consegui um estágio remunerado em Serviço Social na Secretaria Municipal de Educação (SMED), ao mesmo tempo, passei a fazer estágio curricular no CAPS Cidadania. Após, saí da SMED e foquei na assistência social, pois era uma área que ainda não tinha conhecimento prático, confesso que não gostava muito, mas aos poucos me encantei, e isso se deu pelos grandes exemplos de profissionais que encontrei ao longo de minha jornada, colegas que se tornaram amigos e me inspiraram a exercer a minha profissão com humildade, empatia, tratando os usuários com respeito, atuando como agentes de transformação.

Em 2014 me formei, em seguida me inseri no mercado de trabalho e a experiência dos estágios contaram muito para tal. Em minha trajetória atuei no Acessuas Trabalho, posteriormente no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos Casa Brasil, até minha nomeação na FAS em agosto de 2017. No mesmo ano finalizei a Pós-Graduação em Saúde Mental Coletiva. Nesse contexto, fui lotada no CRAS Centro, onde permaneci por dois anos, até aceitar o desafio de atuar na Alta Complexidade, quando me candidatei a vaga para Casa de Acolhimento Institucional Sol Nascente. Não é ao acaso que chamam de Alta Complexidade, de fato, foi muito intenso e gratificante, uma experiência ímpar, ali permaneci dois anos e meio. Atualmente, retornei à Proteção Social Básica, estou no CRAS Norte, com uma equipe acolhedora, por quem tenho muita admiração, o que também tem sido um grande aprendizado.

Me despeço com um trecho de Marilda Iamamoto, que mantém sua atualidade e nos inspira a continuarmos a luta, “[…] Mais do que nunca é preciso ter coragem, é preciso ter esperanças para enfrentar o presente. É preciso resistir e sonhar. É necessário alimentar os sonhos e concretizá-los dia-a-dia nos horizontes de novos tempos mais humanos, mais justos, mais solidários.” (IAMAMOTO, 2004, p17)

Olá colegas! Sou Adriana Santos de Matos, tenho 51 anos, Educadora Social, lotada no SCFV Laços da Amizade, filha de um policial civil (in memória) e uma dona de casa. Minha mãe, nascida no Uruguai, veio trabalhar no Brasil onde casou-se com meu pai e construíram uma família com três filhos, um homem e duas mulheres. Crescemos escutando as estórias de superações dos nossos pais, pois a vida não foi fácil para eles. Adaptação no país novo, filhos pequenos, estudo, transferências de cidades em função do trabalho e escassos recursos financeiros. Em 1974 passamos a residir em Caxias do Sul onde encontramo-nos até o momento.

Devido as constantes conversas em que evidenciavam a relevância do estudo e a visão de que a educação era a única forma de transformar a realidade de dificuldades e injustiças sociais, aos 18 anos decidi cursar enfermagem na UCS, porém fiz apenas 4 semestres, por acreditar não ter me identificado. Em 2007 retornei a graduação no mesmo curso, mas, no ano de 2009, novamente tive que interromper o curso devido a falta de condições financeiras.

Em 1991, aos 21 anos, conheci o Élio e nos casamos. Em 1997 nasceu nossa 1ª filha e em 2004 nosso 2º filho, assim formamos nossa família. São 30 anos de muitas alegrias, conquistas e momentos inesquecíveis, como o nascimento dos filhos, formatura da filha em psicologia e a vida acadêmica do filho, estudando no Instituto Federal de Farroupilha, enchendo essa mãe coruja de orgulho. Também houve momentos muito difíceis como o falecimento do meu pai e dos meus sogros, desemprego, alagamentos em nossa casa em dois momentos no mesmo ano, com perca de todos os móveis.

Minha vida profissional teve início aos 18 anos, como operadora de caixa em um supermercado, após trabalhei em um lanifício e depois em um frigorífico por 05 anos. Em 2007 fiz concurso para Codeca e fui nomeada para varrição, ondei trabalhei por 02 anos. Desejando crescimento profissional fiz outro concurso, dessa vez para agente comunitária de saúde, fui nomeada, entretanto, devido a um erro por parte da secretaria de saúde na hora da inscrição e por estar em desacordo com o edital tive que deixar o cargo. Esse fato no início me desanimou, mas logo decidi que dependia de mim erguer a cabeça e seguir em frente, então foquei nos estudos para o concurso de Educadora Social da FAS, fui aprovada e nomeada.

Dia 24 de agosto de 2011, deu-se início a minha caminhada pela Política de Assistência Social, mais precisamente, pela FAS, A Casa de Acolhimento Estrela Guia. Recordo com muito carinho e gratidão esse dia, pois ao chegar na FAS fui carinhosamente recebida e acolhida pela Coordenadora da Casa e por ela levada até o local a ser apresentada aos colegas e acolhidos onde trabalhei por longos seis anos e meio, acolhendo com carinho, amorosidade e respeito todos os que lá chegaram. Foram anos de muitas trocas, aprendizados, trocas de conhecimentos, pessoas especiais, colegas e usuários do serviço, amizades que levo pra vida.

No Estrela Guia uma amiga me incentivou a voltar a estudar, me fez acreditar que eu podia, que era possível e então eu acreditei e aos 49 anos conclui com muito orgulho a graduação em Serviço Social, profissão escolhida por amar o trabalho como educadora social, por sentir necessidade de aprender mais para agregar ao trabalho.

Outro fator que me fez escolher o Serviço Social, como profissão, foi a admiração e respeito pelo trabalho da Assistente Social da Casa de Acolhimento Estrela Guia, naquele período, por ser um trabalho realizado com muito profissionalismo, ética, respeito e amor pelo ser humano, me trazendo encantamento e vontade de querer aprender e quem sabe um dia poder fazer um pouquinho também, de olhar as pessoas como sujeitos de direitos e lutar numa busca incansável por esses direitos.

Já se passaram quase três anos e 04 especializações foram concluídas, sempre buscando aprimorar a prática profissional. E hoje outras duas estão a em curso. A alta complexidade tem um tempo e é preciso reconhecer nosso limite. Então fui em busca de novos desafios. Recebi o convite para trabalhar no Creas Pop Rua, outra experiência incrível, colegas inteligentes e comprometidos, fomos desafiados a trabalhar em um projeto de acolhimento nos pavilhões da festa da uva, para pessoas em situação de rua, durante a pandemia, interagindo intersetorialmente com diversas políticas públicas, uma experiência muito enriquecedora, entretanto que gerou muitos desgastes na equipe e nos usuários, trouxe grandes ensinamentos e aprendizados, nos aproximou enquanto equipe e usuários e mostrou que é possível fazer um excelente trabalho quando se acredita no que se faz, quando colocamos amor e respeitamos o usuário na luta pelos seus direitos.

Após a saída do Centro Pop Rua passei um curto período pela Casa de Acolhimento Sol Nascente, onde reencontrei alguns colegas e fiz novas amizades, todos profissionais incríveis. Nesse local fui incentivada e fortalecida para um novo desafio.

Ha quatro meses estou como coordenadora do SCFV Laços da Amizade desempenhando atividades com responsabilidade social e comprometimento, trabalhando em parceria com a equipe, executado atividades que contemplem a realidade das crianças e adolescentes atendidas pelo serviço, assegurando a convivência social, direito de ser e participação social, com empatia, respeito e muito amor.

Me despeço com o coração cheio de amor e gratidão por ter a oportunidade de ter passado por esses espaços e ter convivido e conhecido pessoas tão importantes e especiais que farão parte da minha vida pra sempre.

Olá, meu nome é Vanisse e hoje vou contar um pouquinho da minha história para vocês. Nasci e cresci aqui mesmo, em Caxias do Sul, sou filha de professora e pai vendedor aposentado. Tenho dois irmãos mais velhos. Adoro viajar e fazer festa com a família, principalmente com temas divertidos

Sou casada e minha relação com meu marido já dura 24 anos. Fui na contramão do que é esperado e tive minha filha aos 16 anos, e meu filho quase dois anos depois. Na época foi bem complicado, mas hoje são parceiros para todas as horas, e motivo de muito orgulho. Celebramos nossa união com uma festa de casamento em 2012, e os filhos puderam participar.

Trabalhei por anos no setor de telefonia, e no ano de 2011 fiz o concurso para educador social sem saber praticamente nada sobre a profissão, nem sobre a Assistência Social. Passei, fui chamada logo em seguida para trabalhar no Abrigo Sol Nascente, onde permaneci por todo o meu estágio probatório. Fiz plantões, fiquei um tempo no auxílio com as tarefas escolares, mais algum tempo auxiliando nas demandas de saúde da casa, só quem trabalha ou trabalhou em Casa de Acolhimento sabe o quanto todas essas funções são importantes e o dia a dia é intenso.

No ano de 2014 fui para a Inclusão Social, trabalhando com alguns benefícios eventuais. Na época esse setor era junto a sede administrativa, o que me proporcionou conhecer vários colegas de todas as áreas. Em 2015 fui convidada para coordenar o cartório do Conselho Tutelar, mais um desafio gigante, novos aprendizados e conquistas. Posso dizer que ali cresci muito pessoal e profissionalmente. Permaneci lá até o ano de 2017. Após passei a integrar a equipe do Cadastro Único, atuando no Cras norte, local onde sigo atualmente.
Posso dizer que em todos os locais que passei fiz muitas amizades, alguns permanecem em minha vida até hoje, mesmo não encontrando com frequência. Os desafios de trabalhar na FAS são um misto de emoções, o dia dia “ na ponta” é por vezes sofrido, angustiante, mas em alguns momentos se mostra gratificante e me deixa com a sensação de dever cumprido.

Escrever sobre si nunca é uma tarefa fácil, ainda mais para mim que sempre escrevi a respeito de coisas e pessoas. Mas, vamos lá. Olá, sou Carolina Dallegrave. Caxiense nata. Italiana de coração. Mistura de descendentes italianos e a mais velha de três irmãos.

A cara engana, não é mesmo? Aquela que sempre anseia por descobertas. Que ama o novo. Que é fascinada por livros, filmes, séries e mais tudo que envolva a criatividade. Apaixonada por moda e viagens. Já conheceu 13 países e contando quando será o próximo.

Da paixão pelos idiomas, nasceu o primeiro emprego: professora de inglês durante seis anos. Porém, não ficou só aí não. Italiano e alemão também foram para a conta, embora por menos tempo.

Nesse mesmo período, tentou vencer mais ainda a timidez, iniciando a graduação em Jornalismo e o primeiro estágio em assessoria de imprensa na área pública. Venceu de certo modo o medo de falar em público e com as pessoas. Em seguida, seguiu como assessora de imprensa, dessa vez em empresa privada, atuando como ghost writer e fazendo releases e informativos de produtos sem fim. Como todo jornalista, em 2012, recém-formada, resolveu procurar novas experiências. Foi assim que passou a trabalhar em outra cidade como repórter de variedades, uma atividade bem enriquecedora culturalmente.

Em 2014, voltou para Caxias, com um convite para trabalhar com uma de suas grandes paixões: a política. Foi colunista de jornal. A tarefa foi árdua e com muita pressão por resultados, mas abriu caminhos. Entrevistou de vereador até candidato a presidente. Foi uma experiência única, cercada de desafios. No mesmo veículo de comunicação, foi repórter de cidades, conhecendo as mais variadas facetas do nosso município.

Mas jornalista que é jornalista não para de estudar nunca. Então, era hora de enfrentar novos desafios. E focar em mais uma paixão: o Direito, já que vem de uma família que tem a advocacia no coração. O pai é advogado e a mãe trabalhava no escritório, gerenciando o andamento dos trabalhos. Os irmãos também são formados em Direito. Foi nesse ambiente, que se formou também bacharel em Direito, equilibrando estágios na área da Fazenda Pública. E foi muito em razão disso, que se aventurou no mundo dos concursos públicos sem grandes pretensões.

Com os estudos, passou no concurso para agente administrativo da prefeitura de Caxias do Sul, sendo chamada na Fundação de Assistência Social.

Foi convocada para o setor onde o detalhismo era imprescindível: prestação de contas. Mas que diabos é isso? Auditar, auditar para que no fim o recurso público seja gasto com responsabilidade. O setor é um dos mais importantes para o andamento dos trabalhos administrativos, haja vista que atualmente há mais de 60 parcerias entre o poder público e organizações da sociedade civil em vigência. Para que tudo transcorra de modo exímio, é necessário que um agente público fiscalize e verifique se o dinheiro público está de fato indo para o local em que deveria ir. Portanto, tão importante quanto o atendimento aos usuários da assistência social, está o trabalho administrativo que faz tudo funcionar.

Obrigada e nos vemos pela FAS.

Sou uma cidadã comum, recém me tornei mãe, sonhadora mais do que nunca de um mundo justo e igualitário, que gosta de coisas complexas mas também ama a contemplação de qualquer coisinha que seja bela e soe poesia!

Nasci aqui em Caxias! Filha de pai e mãe trabalhadores, bastante jovens quando conceberam a primogênita lá em 1986. Minha mãe narra a dificuldade enfrentada diante das condições de vida. Minhas lembranças mais antigas me levam ao som do rock and roll no toca discos, depois a muitas memórias afetivas em família, sempre com trilha sonora.


Tivemos, minha irmã e eu, uma infância de muito brincar em casa e na rua, de estudar e conversar. Fomos muito incentivadas a conhecer e entender “das coisas”, especialmente a questionar e
confrontar as informações com conhecimento.

Talvez isso de querer saber, conhecer e dialogar tenha me trazido pra essa área.
Desde criança gostava de estudar, mas também de participar das atividades extracurriculares. Integrei o clube de ciências aos 9 anos, e já no ensino médio comecei a participar do movimento estudantil, o que segui na faculdade também. Reconheço que desta forma é que conheci a cidade(algo que reforço), andando muito de ônibus e a pé pra lá e pra cá.


Comecei a faculdade de História em 2004, no mesmo semestre em que a minha mãe cursou suas últimas disciplinas do curso. Também segui mais alguns dos seus passos profissionalmente. Aos 18 anos, no segundo semestre da faculdade, fui estagiar no antigo “Centro Educativo Flor do Ipê”, da FAS, onde aprendi muito sobre muita coisa e decidi que queria trilhar meu caminho na Política Pública de Assistência Social porque o trabalho com crianças e famílias me interessava bastante. Na época pensei até em cursar Serviço Social, mas tinha admiração pelas colegas educadoras da FAS que conheci e compreendi que também poderia contribuir tendo a formação de professora.


Segui trabalhando na Assistência quando encerraram os 2 anos de estágio na FAS em 2007, compondo a equipe da Associação Educadora São Carlos, primeiro no Centro de Cuidados Nossa Senhora da Paz, depois em uma extensão deste espaço, o Centro Educativo Novo Horizonte e por último no Centro de Atendimento ao Migrante. Paralelamente também fiz estágio em educação infantil e na Secretaria de Segurança Pública através da Segurança Alimentar.

Digo que o educador é aquele profissional polivalente! A gente sabe e faz um pouco de tudo quando necessário, mesmo sabendo que às vezes não deveria, né?!
Percebi que conhecer a vida e o funcionamento da cidade, além de articular os mais diversos conhecimentos s habilidades constituem o nosso ser profissional e cidadão. Poder contribuir com as discussões transversais, as reflexões críticas e as concepções libertárias de relações humanas e configurações familiares fazem parte das nossas atribuições inclusive, mesmo quando é tão difícil enxergar a aplicação disso tudo no cotidiano.

Fiquei muito feliz quando abriu o tão esperado concurso da FAS, e então fui nomeada em novembro de 2011, lotada inicialmente no Centro Esperança onde vivi uma experiência muito intensa e gratificante junto ao território daquelas famílias e onde coordenei o espaço até o fechamento dele em 2016. Depois trabalhei no CRAS Oeste em dois momentos distintos que novamente me desafiaram a entender e me colocar como educadora numa atuação diferente do que eu conhecia até então. Também trabalhei na Casa de Passagem Carlos Miguel e integrei as escalas dos plantões nas Casas de
Acolhimento quando necessário.


Em todos os espaços, aprendi muito com as equipes e com todo o processo de trabalho, admirando muito a atuação dos colegas e buscando fazer o meu melhor. Conheci e convivi com pessoas maravilhosas e também fiz amizades pra vida! Certamente nem tudo “são flores”, mas ainda assim é
experiência!


Em 2019 concorri às eleições do Conselho Tutelar e assumi como Conselheira em 2020, vivendo uma experiência mega desafiadora e de grande aprendizado até outubro de 2022, quando solicitei exoneração dada a minha gestação. Aí retornei ao quadro de educadores da FAS na equipe da Gestão de Parcerias, tendo novo desafio em outra perspectiva.

Atualmente estou em licença maternidade, que encerra em novembro, quando a minha amada Ana terá 6 meses de idade. Estamos nós duas e os nossos 4 gatos nos adaptando a essa vida nova!
Na convivência e no coletivo, aprendi tanto com o trabalho e com os desdobramentos a partir dele, que ainda bem jovem percebi que na Assistência Social a gente compreende o ser humano na sua integralidade!

Porque somos seres inteiros! Me enchem os olhos e o coração quando se fala da defesa intransigente dos direitos socioassistenciais …o que se faz mais necessário do que nunca! Uma vez um colega educador me disse que é importante ter “aspirações pessoais”, quando falávamos sobre as contradições desta sociedade. Mas lembrando disso, e escrevendo agora, consigo me dar conta de que trabalhar na FAS foi uma das minhas grandes aspirações, e continua sendo, ao passo em que prezo pela minha qualificação pessoal e profissional. Carrego com muito carinho e respeito às
histórias que conheci e que foram confiadas ao meu trabalho! Chorei muitas vezes mas também me alegrei um tanto nessa caminhada!


Falei bastante, mas não cabe tudo né? Hora dessas a gente conversa pessoalmente! Bora tomar um café e, além de falar do trabalho, falar do gatedo, dos filhos e da vida! Nossas histórias são muito ricas, porque falam de vidas, e todas elas importam!

Oi, sou Marilâine…Prazer!

Marilâine Tochetto Basso De Nardi, 40 anos, mãe de duas princesas, casada com Lucas e Assistente Social formada há 17 anos. Não nasci em Caxias do Sul, mas desde pequena, resido no município. Minha infância sempre foi muito simples, mas divertida. Sempre estudei em escola pública e quando fiz vestibular, não tive dúvidas: Assistente Social. Na escola, principalmente no ensino médio, estava sempre “metida”, como meus colegas falavam, em comissões, grêmio estudantil, reuniões e na direção… mas reivindicando coisas em nome da turma, pois também fui representante de turma. Na faculdade, um mundo bem diferente da vida escolar de ensino médio, iniciei mais observadora e sempre atenta aos mestres… Sempre fui orgulho dos meus pais com relação a vida escolar, pois eles sempre diziam que não tiveram a oportunidade de estudar mais, e para eles poder nos proporcionar, com muito suor e esforço, uma educação de qualidade sempre foi motivo de orgulho, nada mais justo eu corresponder as suas expectativas.

Minha jornada no mundo do trabalho formal, iniciou com estágio extra-curricular, durante a faculdade e desde então, sigo trabalhando na área. Tantos locais, conselho municipal, hospital, OSC’s, que me trouxeram muitos aprendizados, que levo sempre comigo como bagagem e, amizades que sim, permanecem em meu coração e minha vivência diária.

Desde que me formei como Assistente Social, em 2005, já iniciei com trabalho na área da Assistência Social. Não foi algo que me chamou atenção ou que eu tenha escolhido, foi providência. Acredito que as coisas não acontecem na vida da gente por simples acaso, e sim por que eram para acontecer daquela forma. Então, fiz minha conclusão de curso, meu registro no CRESS e fui fazer entrevista e, todas as entrevistas foram em OSC’s na área da assistência social. Iniciou-se, dessa forma, meu trabalho com a FAS, pois realizava os projetos sociais das OSC’s e, por muitas vezes, pedia “socorro” na FAS… “Aninha me socorre”, para estar dentro das orientações e documentação adequada, quanto aprendizado! Mais tarde, realizei concurso e fui nomeada para FAS e lotada no CRAS leste, onde estou ainda aprendendo a cada dia. Conhecer histórias, reconhecer direitos e contribuir nesses reconhecimentos e ressignificados motiva o dia a dia. O trabalho com famílias é enriquecedor, os desafios também.

Prazer, eu sou a Marina!
Dissertar sobre a própria história pode ser desafiador, principalmente quando desejamos falar dos pontos mais importantes dessa caminhada. Sou filha da Maria Juci e do Rudimar, irmã do Ricardo e dinda da pequena Martina. Nascida e criada em Caxias do Sul, trilhei precocemente uma jornada cheia de sonhos.

Imbuída do desejo genuíno de compreender as questões sociais, de sofrimento humano e motivada para fazer justiça social, cursei Psicologia, que me conectou com a trajetória profissional que exerço até os dias hoje. Atualmente, sou educadora social, profissão a qual me orgulho em desempenhar aguerridamente desde 2016.
Em 2013, tive a oportunidade de ingressar em um estágio extracurricular no CRAS Centro. É preciso reconhecer que algumas experiências são transformadoras e despontam afinidades, consciência e reafirmam propósitos. Neste grupo, o qual integrei por dois anos, conheci meu supervisor e amigo Gustavo Ruivo. Nos dias de hoje, ainda dividimos as alegrias e angústias deste intenso trabalho. Nasceu daí a minha identificação com o SUAS.

Após a imersão na Proteção Social Básica, trabalhei por cinco anos na alta complexidade – nos Serviços de Acolhimento Institucional – Casa de Apoio Viva Rachel e Casa de Acolhimento Estrela Guia. Mais do que em qualquer outro momento, precisei me reinventar enquanto profissional, como ser humano e dialogar diariamente com a minha resiliência. São espaços ambivalentes, de muita vida, com desejo de renovação e mudança, mas também com existências marcadas por infortúnios desde cedo. Locais que
suscitam o aprimoramento de capacidades para que consigamos ressignificar tais vivências e reestabelecer outros pontos de partida em crianças e adolescentes com tão pouca idade.


Em abril do ano passado, iniciei em um novo desafio, gerenciar o CRAS Norte. Após vários anos longe desta Proteção, foi necessário adaptação veloz e ajustamento para executar de forma exitosa este novo compromisso. Poderia nomear como uma metamorfose constante, posto que, estar em um território imenso, de grande vulnerabilidade, exige uma dose de coragem diária, pois as intempéries são diretamente proporcionais ao seu tamanho. Carrego comigo a certeza de que o processo de tornar-se
algo nunca tem um fim em si mesmo, pois nos (re)descobrimos todos dias nos papéis da vida.

Sou grata, pois pelos locais onde passei, fiz grandes amizades que levo em meu coração e assim como minha família, são grandes incentivadores desta luta. Nesta caminhada, sigo convicta de que tenho muito a aprender e pouco a ensinar.

Eu Sou a Marli Salete Rodrigues Hertz, Assistente Social, graduada em Serviço Social pela Universidade de Caxias do Sul – UCS. Sempre corri atrás de meus sonhos e os desafios que enfrentei me motivaram, fortaleceram e impulsionaram para nunca desistir.

Sou casada há 40 anos com Luiz Otávio Hertz e fomos abençoados por Deus com nossos filhos Francieli e Daniel, nosso genro Rudi e nossa nora Gisiane. Nosso Senhor coroou plenamente nossa felicidade com a chegada de nossa neta “Mila”, que enche nossos dias de alegria e realizações. Minha Família, Meu Porto Seguro.

Ter feito minha graduação em Serviço Social, me realizou profissionalmente. Me formei em 2004 e logo em seguida comecei a trabalhar como contratada na Fundação de Assistência Social – FAS no “Plantão Social”. Também trabalhei na Casa de Acolhimento “Sol Nascente” e “Casa Família Caminhos da Esperança” local destinado ao acolhimento de grupos de irmãos.

Passei em um concurso público e em janeiro de 2010 fui chamada para trabalhar como servidora pública no Município de São Leopoldo/ RS, onde permaneci por quatro anos e meio.

Em agosto de 2014 assumi como Assistente Social na FAS, sendo lotada no Centro de Referência Especializado em Assistência Social para a População em Situação de Rua – Centro Pop, onde trabalhei por quatro anos e meio.

Atualmente trabalho no Centro de Referência de Assistência Social – Creas Norte – no Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos – PAEFI, bem como nas Medidas Socioeducativas–MSE.

Os desafios diários que enfrento, (pessoais e profissionais) me impulsionam a buscar metodologias que amenizem as complexas situações que trabalho com as famílias e adolescentes, uma vez que encontram-se em situação de risco pessoal/social. Seguirei minha luta na busca de direitos sociais para as famílias que chegam fragilizadas até nosso serviço, fortalecendo-as e instrumentalizando-as no sentido de estimular suas potencialidades, bem como fortalecer sua resiliência no enfrentamento das adversidades que vivenciam.

Prazer, eu sou Odimar! Pai da Isabela e Marido da Seomara. A primeira é a pessoa mais importante da minha vida. E a segunda … é a segunda!

Confesso que quando fui sorteado para escrever esse texto, senti vontade de terceirizar para o Dângelo… Mas, como servidor e crítico das terceirizações, por óbvio não poderia fazê-lo.

Atualmente estou Assistente Social na Diretoria de Gestão do SUAS – DGSUAS. Mas nem sempre foi assim:

Nasci em 1980, no interior de Floriano Peixoto, um importante município do norte do Rio Grande do Sul, quase do tamanho de Tangamandápio. Sou o caçula de sete irmãos, de uma família de pequenos agricultores familiares. Meu pai faleceu em 2004. Minha mãe continua firme, aos 79 anos de idade. Trabalhei na agricultura durante toda a infância (na época não existia o ECA) e grande parte da adolescência. A essa família imperfeita devo os afetos e valores que moldaram meu caráter.

Como a maioria dos filhos das famílias pobres, saí de casa aos 17 anos em busca de emprego. Concluído o ensino médio, queria “ser alguém na vida”. O ano era 1998. Depois de um breve rasante numa fábrica de móveis de Flores da Cunha, fui convidado para conhecer o Seminário dos Frades Capuchinhos. Fui ver o que tinha lá, e a curiosidade durou 8 anos. Nesses oito anos fiz a primeira graduação (Bacharelado e Licenciatura em Filosofia). Morei em Caxias (1999-2001), Pelotas (2002-2004) e Porto Alegre (2005-2006).

Já na metade do curso de Teologia decidi que ser padre não era um bom negócio pra mim. Retornei para Caxias. Depois de outro rasante na recepção de um hospital, fui convidado para trabalhar numa Casa de Acolhimento, parceira da FAS (Terceirizada). Foi meu primeiro contato direto com a política de assistência social. O ano era 2008. Nesse período ainda alimentava o sonho de ser professor. Trabalhando no abrigo e estudando à noite, concluí a Licenciatura em História. O ano era 2011. Nesse mesmo ano, minha esposa e eu começamos uma vida a dois. Siiim! Ela tinha sido estudante das freiras…

Agora comprometido e bem-mandado, comecei uma maratona de concursos, já sentindo os primeiros sintomas de “atolamento” na assistência social. Entre os diversos concursos, fiz o de Educador Social da FAS. Bingo! Fui nomeado em maio de 2012. Comecei trabalhando no Cras Oeste. Ali descobri mais a fundo o maravilhoso mundo da Assistência Social. Iniciei a terceira graduação, em Serviço Social. A defesa agora já era das políticas públicas, do serviço público de qualidade, dos direitos dos usuários. O ano era 2015.

Do “Velho Oeste” fui para o Cadastro Único, no Cras Sul. A melhor experiência profissional como educador. Fiz o concurso para Assistente Social da FAS. Passei. O ano era 2018. Estava na metade do curso. Meu Deus! E se me nomearem e eu não estiver formado! Iniciei um intensivo de estágios obrigatórios e adiantamento de disciplinas. Nesse meio tempo, um fatídico ex-offício para a Casa Sol Nascente. Confesso que não estava preparado. Adapta horários, estágios, te vira!!! Um mês trabalhando no Abrigo e nasceu a Isabela. O maior presente que a vida me deu! O ano era 2019.

Do Sol Nascente para o Centro Pop Rua, na Abordagem Social. Uma experiência profissional incrível, apesar de todos os desafios da Pandemia. Uma semana antes da pandemia obrigar o recolhimento, colei grau em Serviço Social na última cerimônia aberta da UCS em 2020. Agora já podem me nomear! Do Centro Pop, voltei outra vez para o Cras Oeste. (Agora Novo Oeste, no CÉU). (Melhor não mencionar a passagem pelo Famílias Acolhedoras).

Enfim, em outubro de 2021, ainda como Educador Social, fui convidado para trabalhar na DGSUAS. No apagar das luzes desse mesmo ano fui nomeado e desde 19 de janeiro de 2022 estou Assistente Social na DGSUAS.

E assim, voltamos ao começo… Prazer, eu sou o Odimar! Pai da Isabela e Marido da Seomara. E tenho um gato… E gosto de cozinhar… E adoro

trabalhar na FAS!!!


Prazer, eu sou Odimar! Pai da Isabela e Marido da Seomara. A primeira é a pessoa mais importante da minha vida. E a segunda … é a segunda!

Confesso que quando fui sorteado para escrever esse texto, senti vontade de terceirizar para o Dângelo… Mas, como servidor e crítico das terceirizações, por óbvio não poderia fazê-lo.

Atualmente estou Assistente Social na Diretoria de Gestão do SUAS – DGSUAS. Mas nem sempre foi assim:

Nasci em 1980, no interior de Floriano Peixoto, um importante município do norte do Rio Grande do Sul, quase do tamanho de Tangamandápio. Sou o caçula de sete irmãos, de uma família de pequenos agricultores familiares. Meu pai faleceu em 2004. Minha mãe continua firme, aos 79 anos de idade. Trabalhei na agricultura durante toda a infância (na época não existia o ECA) e grande parte da adolescência. A essa família imperfeita devo os afetos e valores que moldaram meu caráter.

Como a maioria dos filhos das famílias pobres, saí de casa aos 17 anos em busca de emprego. Concluído o ensino médio, queria “ser alguém na vida”. O ano era 1998. Depois de um breve rasante numa fábrica de móveis de Flores da Cunha, fui convidado para conhecer o Seminário dos Frades Capuchinhos. Fui ver o que tinha lá, e a curiosidade durou 8 anos. Nesses oito anos fiz a primeira graduação (Bacharelado e Licenciatura em Filosofia). Morei em Caxias (1999-2001), Pelotas (2002-2004) e Porto Alegre (2005-2006).

á na metade do curso de Teologia decidi que ser padre não era um bom negócio pra mim. Retornei para Caxias. Depois de outro rasante na recepção de um hospital, fui convidado para trabalhar numa Casa de Acolhimento, parceira da FAS (Terceirizada). Foi meu primeiro contato direto com a política de assistência social. O ano era 2008. Nesse período ainda alimentava o sonho de ser professor. Trabalhando no abrigo e estudando à noite, concluí a Licenciatura em História. O ano era 2011. Nesse mesmo ano, minha esposa e eu começamos uma vida a dois. Siiim! Ela tinha sido estudante das freiras…

Agora comprometido e bem-mandado, comecei uma maratona de concursos, já sentindo os primeiros sintomas de “atolamento” na assistência social. Entre os diversos concursos, fiz o de Educador Social da FAS. Bingo! Fui nomeado em maio de 2012. Comecei trabalhando no Cras Oeste. Ali descobri mais a fundo o maravilhoso mundo da Assistência Social. Iniciei a terceira graduação, em Serviço Social. A defesa agora já era das políticas públicas, do serviço público de qualidade, dos direitos dos usuários. O ano era 2015.

Do “Velho Oeste” fui para o Cadastro Único, no Cras Sul. A melhor experiência profissional como educador. Fiz o concurso para Assistente Social da FAS. Passei. O ano era 2018. Estava na metade do curso. Meu Deus! E se me nomearem e eu não estiver formado! Iniciei um intensivo de estágios obrigatórios e adiantamento de disciplinas. Nesse meio tempo, um fatídico ex-offício para a Casa Sol Nascente. Confesso que não estava preparado. Adapta horários, estágios, te vira!!! Um mês trabalhando no Abrigo e nasceu a Isabela. O maior presente que a vida me deu! O ano era 2019.

Do Sol Nascente para o Centro Pop Rua, na Abordagem Social. Uma experiência profissional incrível, apesar de todos os desafios da Pandemia. Uma semana antes da pandemia obrigar o recolhimento, colei grau em Serviço Social na última cerimônia aberta da UCS em 2020. Agora já podem me nomear! Do Centro Pop, voltei outra vez para o Cras Oeste. (Agora Novo Oeste, no CÉU). (Melhor não mencionar a passagem pelo Famílias Acolhedoras).

Enfim, em outubro de 2021, ainda como Educador Social, fui convidado para trabalhar na DGSUAS. No apagar das luzes desse mesmo ano fui nomeado e desde 19 de janeiro de 2022 estou Assistente Social na DGSUAS.

E assim, voltamos ao começo… Prazer, eu sou o Odimar! Pai da Isabela e Marido da Seomara. E tenho um gato… E gosto de cozinhar… E adoro trabalhar na FAS!!!


Prazer, eu sou Morgana. Nasci em Vacaria, onde permaneci até os 17 anos, passando boa parte do tempo lá sabendo que queria alçar outros voos, buscar outros lugares. Mas também nesse lugar fui forjando um pouco do que sou, quando começo a participar da Pastoral da Juventude, que me coloca em contato com a Teologia da Libertação, abrindo as portas para um entendimento diferente do mundo em que vivo.

Ao lado do incentivo da minha mãe para que eu e minhas irmãs seguíssemos estudando, isso pesou na minha escolha de cursar história. Esse caminho me leva pra Santa Maria, onde não conhecia ninguém e fui desafiada a amadurecer, mas onde também vivi lindas experiências. Lá permaneci até concluir o curso, e pouco tempo depois venho morar em Caxias, ao passar no concurso para educadora social. Quando fiz o concurso, não sabia bem o que era essa profissão. Estudando a respeito e fazendo o curso preparatório, fui tendo um pouco da dimensão mas, ainda assim, ao tomar posse levei um susto quando me informaram que eu trabalharia em uma casa de acolhimento institucional de crianças e adolescentes, provavelmente com os bebês. Eu não sabia nem pegar um bebê no colo, uma vez que os últimos que havia segurado eram minhas irmãs, mais de quinze anos antes. Felizmente, apesar da minha insegurança, tive o privilégio de ter colegas que foram me auxiliando e inspirando a trilhar esse caminho, a me fazer educadora social. Após sair do Sol Nascente, trabalhei no CRAS Norte e depois no Pop Rua, e essas novas realidades foram exigindo que eu me redescobrisse e me reinventasse educadora social, não de forma solitária, mas aprendendo com a população atendida e com os colegas. Sem isso não teria superado meus próprios limites e vivido tantos momentos bonitos que me deixam saudade… Atualmente estou no CRAS Sudeste, atuando principalmente com os mais velhos no SCFV, e constantemente me desafiando a pensar novas e melhores maneiras de ser educadora social. Dessa trajetória de FAS, carrego comigo imensos aprendizados, e a certeza de que, mesmo que muitas vezes nos encontremos desafiados pelo contexto de trabalho, tudo fica mais fácil se temos bons colegas com quem contar e se vemos o belo e o potente nas pessoas e comunidades que atendemos.


Sou Samara de Oliveira Reis Bristot, educadora social da Fundação de Assistência Social de Caxias do Sul. Filha única do seu Aldo e da dona Sirlei, esposa do professor Diogo e mãe da linda e meiga Iana, com um orgulho que não cabe dentro do meu peito da família que o universo me presenteou e da família que eu construí.

Nasci no dia 17 de janeiro de 1979 em Caxias do Sul, no hospital Pompéia às 8h15min de uma quarta-feira, após quatro dias de um trabalho de parto nada fácil pra dona Sirlei. Em razão dessa demora para nascer, vim ao mundo com o cordão umbilical enrolado no pescoço e de acordo com minha mãe, por segundos não sofri danos cerebrais, devido a falta de oxigenação, mas isso faz parte de um passado bastante distante e o que importa é que sou caxiense raiz, nascida no Pompéia.

Filha de auxiliar de escritório e doméstica, negros e periféricos, o casal mais corajoso e forte que eu conheço resolveu que sua filha seria educada em escola católica e privada. E foi aos sete anos de idade que eu conheci a face cruel e racista da nossa Caxias da fé, do trabalho e do preconceito. Sofri todo tipo de discriminação possível nos bancos escolares, mas sempre fui uma pessoa forte e nunca abaixei minha cabeça pra esse tipo de coisa. Aprendi com meus pais que olho no olho sempre será o suficiente e é assim que sobrevivo, foi assim que sobrevivi: sem vitimização e sem romantização de que racismo não existe. Existe sim, e muito embora mais sutil, ainda acontece muito mais do que se possa imaginar.

Passada a fase escolar, prestei vestibular para o curso de Licenciatura Plena em História, após pensar em diversos cursos, diversas alternativas… Desde que me conheço por gente, sofro de intensidade e ânsia de viver.

Em 1999 no segundo ano do curso, resolvi ter um contato com o social e com crianças e adolescentes, já que até ali meu objetivo era ser professora. Assumi um estágio de meio período na recém criada, Fundação de Assistência Social, auxiliando na parte pedagógica do Centro Educativo Aeroporto (hoje Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos Esperança) e durante as férias, que eram de dois meses e os serviços fechavam, auxiliava na extinta Casa das Meninas (hoje Serviço de Acolhimento Institucional Estrela Guia).

Os dois anos de estágio passaram muito depressa e ao findarem fui convidada a trabalhar como educadora social no Centro de Cuidados Nossa Senhora da Paz, mantido pelas irmãs carlistas. Foi nesse espaço que me consolidei enquanto educadora.

Minha turminha era composta por nada mais, nada menos que 42 adolescentes que se envolviam de forma intensa e prazerosa em todas as atividades propostas. Quando fui convidada a escrever para o “Nossas histórias”, coincidentemente, estava assistindo ao documentário do grupo de rap Racionais MC’s na Netflix e lembrei que fui a pioneira em trabalhar rap com crítica de cunho político-social em um serviço dirigido por freiras, com os adolescentes. Falar isso hoje, parece um tanto quanto óbvio, mas analisar as letras dessas músicas no início dos anos 2000 foi épico, tanto pra mim quanto para os adolescentes com os quais trabalhava.

Enquanto isso, no curso de História, eu conhecia um rapaz cheio de vida, ideais, carisma e com um desejo enorme de um mundo melhor. Eu admirava tanto esse colega e amigo que acabei me apaixonando, namorando, noivando, casando e construindo a minha família. E é assim, na luta por uma sociedade mais justa e igualitária, no movimento estudantil da faculdade, que meu esposo, o professor Diogo, entrou na minha vida.

Formada em História, engatilhei uma especialização em Arteterapia, que até hoje felizmente, me auxilia muito no trabalho social e encerrei meu ciclo no Centro de Cuidados Nossa Senhora da Paz. Em 2008 passei a fazer parte da equipe de educadores do extinto (em nossa cidade) programa nacional Integração AABB Comunidade, outro equipamento que me proporcionou muitas vivências e conhecimento no âmbito da Política da Assistência Social.

Em 2011 me inscrevi no concurso para educador social da Fundação de Assistência Social, inicialmente sem muitas expectativas, porém ao iniciar os estudos e me aprofundar nas questões da Política da Assistência Social, pensei: aqui é meu lugar e é nisso que eu acredito. A dedicação aos estudos foi tanta que quando vi minha classificação final tomei um choque e pensei que jamais seria chamada a tomar posse nesse concurso.

Com tanto o que estudar para o concurso e com pouco tempo, acabei me perdendo no uso dos métodos contraceptivos e engravidei. Sendo chamada somente em 2015, pude desfrutar da maternidade junto da minha filha por muito tempo, habitando da forma mais intensa e amorosa esse mundo do amor incondicional.

No dia 06 de fevereiro de 2015, já aprovada em outros concursos e aguardando nomeação, eis que acordo com várias mensagens no WhatsApp dizendo que eu havia sido nomeada no concurso para educador social da FAS. Confesso que apesar de ter passado todo esse tempo e ser aos 45min do segundo tempo, senti uma enorme felicidade. Na mesma semana fui nomeada em outro concurso para o magistério estadual, do qual abri mão da vaga, pois a FAS continuava sendo o meu lugar.

Tomei posse do meu tão esperado cargo e fui trabalhar no SCFV Laços da Amizade, espaço que me acolheu com muito carinho por sete anos. Neste serviço de convivência fui educadora social e após, coordenadora do equipamento, sempre realizando meu trabalho da forma mais transparente, intensa e amorosa para com os usuários, cumprindo assim, com meu papel enquanto ser humano, profissional e servidora pública.

Em março de 2022, após uma vida de mais de vinte anos dedicada ao trabalho com SCFV para crianças e adolescentes, resolvi me aventurar no imenso universo do Centro de Referência de Assistência Social, aceitando o convite desafiador de gerenciar o CRAS Centro, até porque a rotina não é uma opção para minha vida.

Apesar dos desafios, dificuldades e enfrentamentos diários desses últimos nove meses da minha vida funcional, me sinto fortalecida e acolhida por essa equipe que, assim como eu, acredita na Política da Assistência Social. Me sinto grata, feliz e muito corajosa nesta função que exerço dentro da FAS, mesmo porque, somente gente corajosa se atreve a ousar, mudar e ser autêntica.

Nome: Ousadia, sobrenome: intensidade e apelido: autenticidade… Prazer, eu sou Samara!