Município amplia recursos para acolhimento de crianças e adolescentes

Em 2022, acréscimo de valores na proteção social especial de alta complexidade foi superior a R$ 1,3 milhão

Na quarta-feira (31.08), a Prefeitura de Caxias do Sul, por meio da Fundação de Assistência Social (FAS), entregou, de forma simbólica, 26 vagas de acolhimento para crianças e adolescentes na modalidade casa-lar para as organizações da sociedade civil Casa Anjos Voluntários, Associação Mão Amiga e Associação Jesus Senhor. Das vagas, 14 estão à disposição desde janeiro passado. O valor investido nas novas vagas é superior a R$ 1,3 milhão. A ampliação foi necessária para a FAS garantir o atendimento adequado diante do aumento da demanda de aplicação de medida protetiva de acolhimento de crianças e adolescentes.

Atualmente, em Caxias do Sul, 146 crianças e adolescentes de zero a 17 anos estão acolhidos em 15 casas-lares. Somadas àquelas atendidas em três abrigos institucionais, o número sobe para 222. O Município também tem investido de maneira consistente no acolhimento familiar por meio do Serviço Família Acolhedora. Em 2021, o Município investiu mais de R$ 16,8 milhões no acolhimento de crianças e adolescentes.

O acolhimento institucional é entendido como a última medida protetiva a ser efetivada, quando todas as tentativas de fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, por meio da rede socioassistencial, são esgotadas. Ele tem o propósito de abrigar crianças e adolescentes que tenham sido vítimas de maus-tratos, abuso sexual e negligência, entre outros. É uma medida prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente pela lei nº 8.069/90.

A solenidade foi aberta com apresentação musical das crianças e adolescentes do serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da Associação Crianças e Adolescentes no Esporte – CAE, do Bairro Beltrão de Queiroz. O Município foi representado pelo prefeito Adiló Didomenico, pela vice-prefeita Paula Ioris e presidente da FAS, Katiane Boschetti da Silveira. Pelas entidades participaram as presidentes Isamar Sartori, da Casa Anjos Voluntários, e Ângela Paes, da Associação Jesus Senhor; e o presidente da Associação Mão Amiga, Frei Jaime Bettega.

O prefeito Adiló Didomenico demonstrou tristeza em referir-se às causas que levam as crianças e os adolescentes ao acolhimento institucional. “Celebramos com esses parceiros, diretores das casas, abnegados, que fazem um trabalho além da obrigação. Um trabalho humano de coração e amor, substituindo muitas vezes o papel daqueles que não souberam ou não foram preparados para cumprir o seu papel. Que bom que vocês estão semeando isso na nossa sociedade”, agradeceu.

A presidente da FAS, Katiane Boschetti da Silveira, lembrou que a política de assistência social lida com as mais profundas vulnerabilidades de vidas, ainda mais fragilizadas com a pandemia. “Este momento é um ato de proteção à vida”, reforçou, ao destacar que, em cinco meses, 85 crianças tiveram de ser retiradas de suas famílias. Só em agosto foram 13 acolhimentos. “Precisamos nos unir e buscar estratégias, estamos trabalhando para investir nas demais proteções, buscando a prevenção desses acolhimentos. Minha gratidão especial à equipe da FAS aqui presente, que mesmo escondida por muitas vezes, faz as coisas ocorrerem, e a todos os trabalhadores parceiros. Juntos somos o Sistema Único de Assistência Social de Caxias do Sul”, assinalou.

A presidente da Casa Anjos Voluntários, Isamar Sartori, relembrou o pedido da presidente da FAS, feito em janeiro deste ano, quando concordou em receber as 14 novas crianças. “Diante de uma situação tão emergencial, mesmo não sabendo como as coisas iam acontecer, resolvemos dizer sim e abraçar a causa. Estamos nesse mundo para mudar. Se tenho competência de mudar a minha vida, tenho competência para mudar também as outras vidas. Gratidão a todos pela qualidade no acolhimento”, destacou.

A presidente do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, Odete Araldi Bortolini, elogiou o esforço das associações envolvidas. “Agradecemos a todos porque sabemos que as crianças e os adolescentes estão sendo bem cuidadas. Quem está na ponta, ajuda a mudar a vidas das crianças e adolescentes. Meu desejo é que possamos cada vez mais investir em políticas de proteção social básica para trabalhar a diminuição de casos de acolhimento”, reiterou.

O ato ainda teve as presenças da presidente do Conselho Municipal de Assistência Social, Larissa De Bortoli; da promotora de Justiça Simone Martini; da vice-presidente do Mobi Caxias, Maristela Chaipin; das secretárias Aline Zilli, da Cultura, e Daniele Meneguzzi, da Saúde; dos secretários Gilmar Santa Catharina, de Gestão e Finanças; Maurício Batista, de Parcerias Estratégicas; Norberto Soletti, de Obras; e Paulo Roberto Rosa da Silva, de Segurança e Proteção Social; além de diretores e servidores da FAS.