Abordagem Social do Município impacta a vida das pessoas

Centenas de pessoas a cada mês são encaminhadas a vários serviços.

Um dos serviços executados pela Prefeitura de Caxias, por meio da Fundação de Assistência Social (FAS), e que nos últimos meses têm recebido grande destaque é o Serviço Especializado em Abordagem Social.

Tecnicamente esse serviço tem três funções básicas: identificar famílias e indivíduos em situação de risco nos territórios, prevenir a incidência de trabalho infantil, a exploração sexual de crianças e adolescentes, situação de rua, dentre outras. Construir o processo de saída das ruas proporcionando o acesso a toda a rede socioassistencial e promover a reinserção familiar e comunitária.

Todos os dias a equipe sai às ruas. Neste ano, no primeiro trimestre, foram em média 240 abordagens a cada mês. Nessa conversa inicial a pessoa que está na rua é identificada e, quando necessário, acompanhada para solicitar a segunda via de documentos. Há também a oferta de acolhimento ou o encaminhamento a outro serviço ofertado pelo município, como atendimentos de saúde ou a matrícula na rede escolar.

“A pessoa abordada não recebe distinção. A equipe realiza a aproximação mesmo nos casos onde identificam uso de substâncias psicoativas, ofertando acesso a rede de saúde, como por exemplo o CAPS Reviver (Centro de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas). Ou ainda outras situações que demandem acionar o SAMU, quando identificamos casos mais graves de saúde. Além disso, a equipe da abordagem realiza visitas periódicas para manutenção do vínculo com o indivíduo, assim como o acompanhamento para produção de documentos e inclusão no cadastro único. É um trabalho que requer cuidado e atenção, respeitando o tempo do indivíduo atendido”, explica a diretora de Proteção Social Especial de Média Complexidade da FAS, Cristiane Oliboni.

Aspectos que reforçam a importância da existência de serviços de abordagem que estejam preparados para compreender e atender a uma demanda em constante crescimento. Um trabalho que envolve muitos outros aspectos além daqueles que estão visíveis quando passamos pelas equipes nas ruas da cidade.

Há algumas semanas desembarcava na rodoviária de Caxias do Sul, o Lucas (nome fictício), 72 anos. Mais uma entre milhares de pessoas que buscam Caxias do Sul como destino e tentativa de melhoria de vida. Neste caso, chegou sem rumo, sem um planejamento prévio, não tendo onde ficar. Na verdade, não sabia direito onde estava. Com agravante de transtornos mentais, recebeu o primeiro atendimento pela Abordagem Social e após a relutância inicial foi encaminhado ao Centro Pop Rua e, de lá, para a Casa de Passagem Carlos Miguel.

A partir de então, a equipe técnica do serviço empenhou-se em descobrir a história do seu novo morador, com intuito de contatar a família. Após muito empenho e pesquisa usando até mesmo as redes sociais, descobriu-se um irmão, residente em São Paulo. Este, por sua vez, acionou a irmã, em Herval Seco. Cidade na qual Lucas morava e era cuidado pela família, que aliás, estava aflita à sua procura. A história começava a encaminhar-se para um desfecho feliz.

Os contatos foram feitos com o CRAS da cidade de Herval Seco, as combinações necessárias encaminhadas e o retorno de Lucas para a família foi realizado. Na última quinta-feira (18/04), ele já estava novamente sendo abraçado pela irmã.